8º Ato ( Post ): Alien 3                                                                                                                                                                                         


8º Ato ( Post )



Um Filme* da 20th Century Fox...
* Ref. ao filme 'Alien 3' ( 1992 ), dirigido por David Fincher e estrelado por Sigourney Weaver, do qual a 20th Century Fox sustêm direitos. *


 ... Action Figure** desenhada, esculpida e fabricada pela McFarlane Toys...
** Ref. ao Dog Alien ( 'Alien Cão', em português ) do qual a McFarlane Toys sustêm direitos. **

.
... texto, pesquisa e desenvolvimento: The Hannibal lecter´s*** Society...
*** Hannibal 'The Cannibal' Lecter é uma personagem fictícia criado pelo dramaturgo Thomas Harris, cuja mais famosa interpretação coube ao ator Sir. Anthony Hopkins. A foto acima é da action figure nele inspirada, de fabrico da Neca Toys. ***




A   P   R   E   S   E   N   T   A   M...







A     L     I     E     N     3

T    H    E        D    O    G        A    L    I    E    N



" Nunca vi um assim antes... ele se move de maneira diferente. "
Ten. Ellen Ripley ( Sigourney Weaver )


Veja Também ( Links ): 


 Depois de um ( não tão ) breve hiato com The Iron Man/O Homem de Ferro e The Mighty Thor/Thor, o deus do trovão, o The Hannibal lecters Society segue seu curso na cinessérie Alien ( inaugurada com o sucesso homônimo, em 1979, dirigido por Ridley Scott ), estrelada pela atriz Sigourney Weaver no emblemático papel da Ten. Ellen Ripley, explorando o controverso Alien 3, de 1992...

 Ainda que, para muitos, seja considerado um 'expoente menor' da franquia Alien ( o site agregador Rotten Tomatoes elenca-lhe 42% de aprovação, contra 98% do filme anterior - Aliens - de James Cameron ) Alien 3 não apenas marcou a estréia do hoje mundialmente conhecido diretor David Fincher ( de 'Seven - Os Sete Crimes Capitais', de 1995; 'Clube da Luta', de 1999, ambos estrelados por Brad Pitt; 'O Quarto do Pânico', de 2002, com Jodie Foster; 'Zodiaco', de 2007, com Robert Downey Jr.; 'O Curioso Caso de Benjamin Button, de 2008; 'A Rede Social', de 2010; e 'Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres, de 2012, com Daniel Craig; entre outros ) mas também é a 2ª maior bilheteria da cinessérie ( a valores corrigidos ) com um total mundial de $ 159.700.000 dólares ( contra $ 131.060.248 dólares de seu antecessor )!
 Digo-o controverso, porquê Alien 3 foi a resultante duma 'brainstorm' caótica, com escritores e diretores revezando-se em sua criação - entrando e saindo do projeto - além de constantes intromissões da Fox no curso de seu 'fabrico'...
 Nesse sentido, seu singular e principal produto, o Dog Alien ( 'Alien Cão', em port. ) também foi alvo duma 'rusga' tendo, de um lado Tom Woodruff Jr. e Alec Gills ( Ceos da empresa de efeitos especiais Amalgamated Dynamics ) e do outro o artista suíço H. R. Giger, criador ( ao lado de Carlo Rambaldi ) da criatura original...





 ... além de todo seu 'Universo Alienígena'. A criatura entretanto, tornada única sob seu aspecto quadrúpede, tornou-se tão icônica à franquia quanto seu ancestral de 1979, a ponto de 'estrelar' ( paralelamente ao lançamento de Alien 3, em 1992 ) um divertido comercial do refrigerante Pepsi Cola:







 Alien 3 foi também indicado ao Oscar na categoria de 'Melhores Efeitos Visuais' ( perdendo, no entanto, para 'A Morte Lhe Cai Bem', estrelado por Bruce Willis, Goldie Hawn e Meryl Streep, e dirigido por Robert Zemeckis ) além de 7 prêmios Saturn Awards e ao Prêmio Hugo de Ficção-Científica!
 Como de costume, façamos então uma viagem - em espaço e tempo - afim de encontrar os produtores David Giler e Walter Hill, responsáveis pela cinessérie Alien, sendo assediados pela 20th Century Fox e com uma pergunta ( conjunta ) em mente: fazer ou não uma sequência para Aliens?  


A     L     I     E     N     3
A  Criação



 " Todo mundo queria fazer a sequência de Aliens, exceto nós. "
do produtor David Giler



 A ( caótica ) saga de Alien 3 teve início quando a Fox abordou a Brandywine Productions - aos produtores David Giler e Walter Hill - sobre a criação de mais dois filmes da franquia Alien...

 Depois de alguma resistência, e de 'transitarem' por alguns esboços, Giler e Hill apresentaram uma trama complexa e subdividida em dois 'episódios', nonde o universo, fabricado, re-fabricado e controlado, pela poderosa Weyland-Yutani confrontaria-se com uma 'comuna', cuja cultura e ideologia, belicista e socialista, a levaria a 'apartar-se' do planeta Terra. Segundo a trama, a Ten. Ripley ( Weaver ) faria apenas 'uma ponta' no '3º Episódio', centralizando toda a ação no cabo Hicks ( papel de Michael Biehn ):





 Ripley voltaria, contudo, no '4º Episódio', numa batalha dita 'épica' entre humanos e uma horda de Aliens.
 Weaver concordou com a redução no papel de sua personagem, em parte por gostar do conceito de 'Guerra Fria' ( tensão permanente entre os EUA e a URSS ) espacial, e em outra parte por suster mágoas com a Fox que, durante o processo de edição de Aliens, eximiu um conjunto de sequências que a atriz considerava essenciais a maturação de sua personagem ( Nota 1: na mais relevante, tanto para Aliens quanto, como veremos, para Alien 3, pouco antes de ser ouvida pela 'auditoria' da Weyland-Yutani, Carter Burke - papel de Paul Reiser - informa a Ripley que sua filha, Amanda Ripley McClaren, morrera aguardando seu regresso durante os 57 anos em que ficou à deriva no espaço ) do produto final. Da parte da Fox, a despeito do estúdio suster certo 'ceticismo' com o projeto, concordou em financiá-lo; mas solicitou à dupla que tentasse conseguir Ridley Scott ( diretor do Alien original e de Prometheus, de 2012 ) para dirigi-lo. Scott, no entanto, apesar de interessado, não pôde assumir o posto em virtude de estar, naquela época, envolvido em três projetos ( 'Chuva Negra', com Michael Douglas e Andy Garcia; 'Thelma e Louise', com Geena Davis e Susan Sarandon; e '1942: A Conquista do Paraíso', com Gerard Depardieu ). De posse do protótipo, Hill e Giler procuraram o autor de ficção-científica William Gibson, com o objetivo dele roteirizá-lo.

 Era o início de uma quase interminável 'dança das cadeiras' de roteiristas e diretores, que levou Alien 3 ( o filme ) a ter o início de suas filmagens sem um roteiro pronto e com $ 7.000 dólares já gastos...!


A     L     I     E     N     3
por William Gibson





 " Tornou-se a primeira ( versão ) de cerca de trinta rascunhos, de um grande número de roteiristas, e nenhuma de minhas idéias foi usada - exceto, talvez, a de uma tatuagem de código de barras. "
do escritor e roteirista William Gibson


  Gibson, um conceituado autor do universo cyberpunk ( responsável, entre outros, por 'Johnny Mnemonic', de 1981, que inspirou o filme homônimo, de 1995, estrelado por Keanu Reeves ), projetou a ação do filme para pouco depois de Aliens, com a espaçonave de combate Sulaco à deriva num trecho do Universo reclamado pela 'União dos Povos Progressistas' ( a comuna do protótipo de Hill e Giler ) por conta de um simples erro de navegação...

 O Sulaco é abordado por membros da 'UPP', que são atacados por Facehuggers 'entranhados' no corpo desmembrado do andróide Bishop ( Lance Henriksen ). As criaturas são destruídas e o corpo de andróide confiscado pela 'UPP'. 
 O Sulaco alcança um 'atracadouro' e então, remanescentes Aliens iniciam um incêncio que põe Ripley ( Sigourney Weaver ) em coma. Conforme o previsto no roteiro Giller-Hill, o cabo Hicks ( Michael Biehn ) é resgatado e, trazido de volta da 'animação suspensa', inicia uma investigação sobre rumores da Weyland Yutani estar desenvolvendo experiências sigilosas com as hostis criaturas.
 Em contrapartida, a 'UPP' - também no rastro das tais experiências - restaura Bishop ( ainda que com ´peças baratas' ) e restitui-lhe ao 'atracadouro', como prova de 'boa fé'. 
 Obviamente, tanto o 'atracadouro' W/Y quanto as unidades 'UPPs' são 'infectados' pelos alienígenas ( Nota 2: o roteiro de Gibson prevê que, por conta das experiências da W/Y, o Alien torna-se um 'agente infectante' aéreo, capaz de induzir uma 'mudança' de seres humanos em Aliens; no princípio imaginado por Gibson, há uma transformação de dentro para fora nonde músculos e esqueleto são transmutados, e a pele daquele contaminado torna-se uma 'casca', que é rompida por uma versão maior, mais rápida, porém mais 'fraca' da criatura ), e uma batalha entre os sobreviventes humanos e as criaturas teria início. 
 O filme terminaria com Bishop sugerindo a Hicks que o inimigo comum uniu ambos os lados, e que a Humanidade deveria persegui-lo até sua origem e destruí-lo. 
 Seguindo a mesma estratégia de seu precursor, Aliens, o roteiro de Gibson era orientado para ação - contendo quatro vezes mais batalhas entre humanos e Aliens - além de um elenco ampliado, com novos personagens.
 Ainda que tenham gostado de certas sequências, os produtores não ficaram satisfeitos com o roteiro de Gibson... Naquela altura, o diretor cotado para 'Alien III' era Renny Harlin ( que dirigira 'A Hora do Pesadelo IV: O Mestre dos Sonhos', em 1988 ), e Hill e Giler convidaram Gibson a realizar algumas alterações 'a duas mãos' com ele. Gibson, entretanto, recusou alegando outros compromissos.
 Harlin tinha suas próprias idéias sobre o projeto: em princípio, ele pensou em explorar um possível 'Planeta Alien', mas a idéia foi derrubada por ser considerada 'muito cara' há época segundo Giler ( Nota 3: nos comentários na faixa bônus de Alien 3, de 2005, ele provocou Scott desafiando-o a fazê-lo; a resposta de Scott viria - em parte - 7 anos depois, com Prometheus ). Outra idéia cogitada, era a de trazer a criatura para a Terra que, apesar de ser considerada 'bastante atraente' ( Nota 4: foi até 'insinuada' na tagline de uma das chamadas oficiais para o filme Alien 3: " Na Terra, todos ouvirão seu grito. " ) também caiu no vácuo...


Pág. I

8º Ato ( Post ): Alien 3, Pag. II                                                                                                                                                  
A     L     I     E     N     3
por Eric Red





 " Não consigo me entusiasmar com a idéia de ter mais armas e mais aliens. "
do diretor Renny Harlin



 Eric Red, roteirista de clássicos de suspense e terror como 'A Morte Pede Carona' ( The Hitcher, no original ), de 1986, estrelado por Rutger Hauer, foi o seguinte à frente do projeto 'Alien III'...

 Na trama de Red, o Sulaco ( à deriva no espaço ) seria abordado por uma milícia de fuzileiros e descobriria-se que todos os sobreviventes da missão em LV-426, de Aliens ( leia-se: Hicks, Bishop, Newt e Ripley ), teriam sido assassinados pelas criaturas ( Nota 5: elemento preservado em Alien 3 que contrariou o pressuposto de Cameron que, segundo as palavras de Carrie Henn, ambicionava que Hicks, Newt e Ripley, voltariam à Terra 'como uma família'. Biehn, por sua vez, declarou-se 'magoado' ao saber que sua personagem não participaria da sequência, uma vez que esperava que o roteiro lhe trouxesse a chance do papel principal )... Segundo o roteiro de Red, o único elo de ligação de 'Alien III' com Aliens seria um traje espacial rasgado, com uma etiqueta na qual leria-se 'Ripley'. O roteiro de Red maximizaria o conceito do 'atracadouro' ( ou Anchorpoint, no original ) de Gibson para uma 'pequena cidade do interior do EUA', flutuando no espaço numa espécie de domo/biocúpula. O roteiro ainda ressuscitaria a idéia de Aliens transformarem seres humanos no binômio ovos-incubadores...






 ... eximido do filme original, de 1979.
 Com - indubitavelmente - um nível maior de terror que a proposta de Gibson, Red apropriou-se da idéia do 'vírus-Alien', também potencializando-a e, no rastilho duma 'infecção generalizada', um sem limite conjunto de bestas surgiria; algo como 'Aliens-centauro'...




 ... bizarros 'Aliens homem-ovelha'...




 ... e, até mesmo, a capacidade do 'vírus-Alien' infectar matéria e tecnologia...! O roteiro culminaria com a população da cidadela enfrentando hordas de Warrior Aliens; e com o próprio domo transformando-se numa besta bio-tecnológica...!!
 O protótipo de Red foi também o primeiro a propor um híbrido 'Alien-humano' - o precursor do Newborn Alien...




 ... de Alien Ressurrection ( 1997 )...!
 Paralelamente ao desenvolvimento do roteiro, o diretor Renny Harlin sentia-se - cada vez mais - desmotivado com o projeto... Sob a ótica de Harlin, tanto Alien quanto Aliens tinham uma súmula de elementos revolucionários - a evolução das criaturas, cenários e trama - conquanto a dita '3ª Parte' parecia 'andar em círculos'; apenas acrescendo homens, armas e criaturas, ao conceito de 'Jim' Cameron. Não obstante, Harlin era constantemente 'vigiado' por representantes e/ou expoentes da Fox, que reportavam todas as suas idéias ou propostas ao estúdio.
 O roteiro de Red foi o ponto de ruptura: Harlin abandonou 'Alien III' para dirigir 'Duro de Matar II' ( 1990 ) e Red foi demitido em seguida. Foi neste ponto ( também ) que a dupla Giler e Hill abandonou a iniciativa da trama em duas partes...!!
 Em 2010, quando perguntado em entrevista sobre o roteiro de 'Alien III', Red declarou: 'Isso foi um roteiro que reneguei completamente porquê não era meu. Foi um produto de muitas confluências e influências, escrito às pressas, e virou uma total porcaria.'


A     L     I     E     N     3
por David Twohy





 " Sigourney Weaver é uma peça central da série ( ... ) realmente a única mulher guerreira que temos em nossa mitologia cinematográfica. "
Joe Roth, Ceo da Fox



 A Eric Red, seguiu-se o escritor ( e também futuro diretor de filmes como 'Eclipse Mortal', de 2000; 'As Crônicas de Riddick', de 2004; e o recente 'Riddick', de 2013; todos estrelados pelo ator, diretor, produtor e roteirista americano Vin Diesel ) David Twohy...

  Em seu projeto, Twohy introduziu o conceito do 'Planeta Prisão'; que acabou incorporando-se ao projeto final de Alien 3, no planeta Fiorina 'Fury' 161. Na trama, o planeta prisão tornou-se a sede dos experimentos da 'Divisão de Armas Biológicas' da companhia. A comunidade penal - mais especificamente os prisioneiros do 'Corredor da Morte' - tornaram-se alvo dos experimentos com os Aliens. Depois de 'aparentemente' executados nas 'Câmaras de Gás', os prisioneiros eram removidos para instalações secretas, nonde serviam de 'isca' em experimentos de condicionamento com as criaturas, e/ou experiências genéticas impensáveis...! No roteiro de Twohy também surgiria o cenário dos clones 'defeituosos' dos Aliens, com tubos nonde criaturas horrendas, híbridas e 'siamesas', seriam preservadas - suspensas em líquido - que serviu, possivelmente, de protótipo a 'Sequência dos Clones de Ripley'...




 ... de Alien Ressurrection. Além de acrescentar um número ainda maior de variedades à criatura original - tal como 'Alien vampiro', 'Alien aranha', e até 'Alien camaleão' - o roteiro de Twohy também 'lapidou' o conceito ( proposto por Red ) do Newborn Alien...




 ... nele evocado por 'Newbreed' ( em português 'Nova Geração'; algo como 'Protótipo' ). Não obstante, a derradeira atribuição do roteiro de Twohy - não a Alien 3, mas a Alien Ressurrection - seriam sequências onde pessoas seriam 'sugadas' de dentro de ambientes pressurizados, por rombos no casco ou barras, pelo vácuo do espaço exterior, dando origem a mortes tão horrendas quanto agônicas! Foram visões tão terríveis que, mui provavelmente, inspiraram a morte do próprio Newborn Alien, na película de 1997.
 A essa altura, Vincent Ward, o próximo diretor a assumir o projeto 'Alien III',  já tomara conhecimento do roteiro de Twohy e, partilhando da mesma sensação ( incômoda ) de falta de originalidade de Harlin antes dele, não interessou-se pelo protótipo... Paralelamente, quando o roteiro final de Twohy foi apresentado ao Ceo da Fox, Joe Roth, ele o repeliu por conta da remoção, do arco central da história, da Ten. Ripley ( algo que havia sido 'herdado' desde o projeto de Red ); por considerá-la icônica e indissociável da 'Mitologia de Alien'. Neste ponto, Weaver foi chamada e confirmada no projeto 'Alien III'; com um salário declarado de $ 5.000.000 de dólares, além de parte da bilheteria do filme.
 Em contrapartida - e, durante seu vôo para encontrar-se com a direção do projeto 'Alien III' - Yard começou a conceber algo novo... Tão equivalente às iniciativas de Ridley Scott ( em 1979 ) e 'Jim' Cameron ( em 1986 ); tão revolucionário (!!) que o jornalista da revista Time, David Hughes, incluiria-o posteriomente entre os 'Maiores Filmes de Ficção-Científica Jamais Feitos'!


  A     L     I     E     N     3
por Vincent Ward





 " Eu tinha uma visão nítida dele em minha imaginação: um ambiente recoberto de madeira, muito alto, com vários andares e diferentes Ordens Monásticas em cada andar. "
do diretor Vincent Ward


 Se analisarmos Alien ( 1979 ) - da idéia 'solo' de Dan O' Bannon ( 1946-2009 ) em Dark Star ( 1974 )...



* Dan O' Bannon ( à esq. ), John Carpenter ( à dir. ) e o elenco de 'Dark Star', em 1974. *



 ... seu desenvovimento e maturação ( com Shuster, Hill e Giler ), até a 'visão' de Ridley Scott...


* O diretor Ridley Scott, no Set de filmagem de Alien. *



 ... ( vide Alien, aqui no HL2 ) - e sua sequência, Aliens ( 1986 ) de 'Jim' Cameron...



* Stan Winston ( à esq. ) com James Cameron. *



 ... tendo seu ápice na Alien Queen ( vide Aliens ( Parte I ): The Warrior Alien e Aliens ( Parte II ): The Alien Queen, aqui no HL2 ); é notória a evolução calculada do conceito: do Terror-Ação, com um pequeno número de 'atores-chave' numa nave espacial, até a Ação-Terror, com um elenco ampliado, mais efeitos e criaturas em LV-426 e, revendo a postura de Harlin, ainda na pré-produção, um eventual 'Alien III' deveria, obviamente, dar continuidade a esse processo... Nesse sentido, o produtor, diretor e roteirista Vincent Ward ( de 'O Último Samurai', de 2003, com Tom Cruise ) concebeu algo tão inovador que sua proposição leva-nos a um conceito inteira e surpreendentemente revolucionário, daquele período até os nossos dias (!), de um satélite/planetóide de madeira:





 Esse planetóide de madeira, seria o habitat duma comunidade de monges 'Luditas' ( Nota 6: o 'Ludismo' foi um movimento que ia contra a mecanização do trabalho proporcionada pelo advento da Revolução Industrial. Adaptado aos dias de hoje, o termo 'Ludita', do inglês Luddite, identifica toda pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias ), aversos à tecnologia e apartados do Universo Futurístico da franquia; algo como 'Amishes Espaciais' ( Nota 7: os Amish são um grupo religioso cristão anabatista baseado nos Estados Unidos e Canadá. São conhecidos por seus costumes conservadores, como o uso restrito de equipamentos eletrônicos, inclusive telefones e automóveis ). 
 Aqui, cabe salientar que, a despeito de ter sido 'desmontada' ( como veremos ) no decorrer da confecção de Alien 3, a visão de Ward foi a que prevaleceu - em tese - no filme; sendo inclusive creditada, nominalmente, a ele; razão pela qual doravante irá-se ver similaridades entre o proposto e o efetivo no filme.
 O roteiro de Ward começa quando um monge avista, à distância, uma 'estrela do Oriente'...





 ... na verdade a EEV ( o 'Veículo de Fuga' ) de Ripley...




 ... o qual seria, provavelmente, um bom presságio...!
Após o resgate de Ripley, um inevitável choque iniciaria-se: uma mulher ( uma 'alien', literalmente ) entre homens, todos sob voto de castidade; uma representante daquele 'Universo Tecnológico' ( lembremo-nos que Ripley é uma 'Oficial de Vôo' ) naquele mundo 'rústico'... Ademais, o roteiro de Ward previa a incubação de Ripley pela criatura alienígena ( Nota 8: segundo o roteiro, Ripley seria salva dessa situação por meio de um 'exorcismo', que faria-na 'vomitar' a criatura. Entretanto, Sigourney Weaver, co-produtora do filme, sinalizou para a morte de Ripley e, por extensão, o 'fim' da franquia ). Uma vez que um segundo Alien - vindo juntamente com Ripley na EEV - começasse a disseminar o caos e a morte entre os monges, eles interpretariam-no como um 'julgamento espiritual' por conta da tensão sexual entre o grupo e a própria Ripley... 

 ... em outras palavras: o 'Diabo'!

 Ante todos os alertas de Ripley, os monges ( além de considerá-la parcialmente responsável por sua desgraça ) acabariam por exilá-la em um claustro/calabouço:




 O roteiro - bastante visceral - de Ward, também apresentava Ripley num dilema entre sua própria espiritualidade, dilacerada pela incubação alienígena, e a sua necessidade de destruir, em definitivo, o ancestral inimigo.
 Ward também previa, em seu roteiro, ambientes absolutamente singulares, como longínquas estantes de madeira, campos de trigo e até mesmo ( por meio duma cena tragicômica! ) um banheiro coletivo:





 O texto também previa a destruição da segunda criatura na 'Fundição de Vidro' da comunidade: após emergir do vidro derretido em altíssima temperatura, o alienígena seria molhado com água fria e 'explodiria'; o que acabou ( com algumas alterações ) consolidando-se no filme:










 Saiba-se: o frame no qual o crânio do Dog Alien despedaça-se ( isto é, a 5ª imagem de cima para baixo ) envolveu o uso de 'Computação Gráfica' ( ou 'CG' ) durante a fase de pós-produção de Alien 3.
 Sigourney Weaver descreveu o roteiro de Ward como 'muito original e cativante'. Não obstante, a revista especializada Empire abordou ( em 2009 ) o roteiro de Ward numa matéria especial.
 Com tamanha aprovação, os produtores precipitaram a criação dos cenários segundo a 'visão' de Ward...





 ... nos estúdios da Pinewood ( os mesmos usados para Aliens ) no Reino Unido.
 Uma ressalva ainda não feita: o lançamento de Alien 3 já havia sido anunciado pela Fox, ainda durante a fase de pré-produção, para 1992; ou seja: o filme já estava ( naquela altura ) muito atrasado!

 Contudo, numa espécie de sina, Alien 3 sofreria um novo reverso...


Pág. II

8º Ato ( Post ): Alien 3, Pag. III                                                                                                                                                  
A     L     I     E     N     3
o Sismo...


* O diretor Vincent Ward ( à esquerda ) e o produtor John Maynard. *



 " Entregaram-me uma lista de modificações, que era muito agressiva e autoritária. Tentei argumentar mas não tive sucesso. Disseram-me: faça-o ou será demitido. "
do diretor Vincent Ward, sobre sua reunião com os executivos da Fox



 A despeito do início - e aceleramento - dos trabalhos de criação e construção dos cenários do planetóide de madeira de Ward...






 ... o conceito do escritor e diretor começou - surpreendentemente, pouco tempo depois de sua global aceitação - a 'dar sinais' de inflexão...

 Segundo ele, pouco tempo depois do roteiro aceito, os produtores de Alien, Giler e Hill, reuniram-se com Ward afim de propor 'mudanças' no roteiro. Apesar de Ward não considerá-las tão viscerais ( sugeriam, por exemplo, a mudança de monges num mosteiro para prisioneiros numa prisão e, do fabrico de vidro para uma fundição ) isso desapontou-o, por descaracterizarem seu conceito original. A mais desalentadora delas foi - sem dúvida, para ele - a sublimação do próprio planetóide de madeira por ele proposto ( Nota 9: Ward concebera-o com a largura de 1.6 Kms...





 ... ou 1 milha, de extensão ) em favor dum conceito mais prosaico.
 Mesmo que Ward ainda vislumbrasse 'denominadores comuns', ele percebeu que não havia muito consenso entre os produtores ( Ward não foi muito explícito sobre ) do quê mudar...
 Logo em seguida, Ward foi chamado à Fox para uma reunião com seus Ceos; nonde ficaria-lhe claro os limites de sua criação: depois de fazê-lo esperar 'como uma colegial' ( segundo suas palavras ), a diretoria da Fox expôs-lhe uma lista de modificações que 'desmontaria' seu original numa visão bem menor que 'prosaica' - talvez até inferior à vista no filme...
 A direção da Fox foi categórica com Ward e, ante uma ruptura tão nítida com seu original, ele 'pulou fora' do projeto!

 Alien 3 estava - novamente - órfão...


A     L     I     E     N     3
por Walter Hill e David Giler





 " Houve muitas versões, mas nenhuma delas muito bem sucedida. "
do produtor David Giler


 Com Alien 3 novamente à deriva, coube aos produtores Walter Hill e David Giler intervirem no projeto...

 Hill e Giler começaram então a ( re ) confeccionar o original, valendo-se de subparcelas dos roteiros anteriores ( como, por exemplo, o conceito do 'Planeta Prisão', de Twohy ) inseridas e alinhadas no roteiro de Ward, já devidamente adapatado e 'enxuto' ( de acordo com as reinvindicações da Fox ). Não obstante, havia uma cláusula no contrato de Sigourney Weaver que especificava que - afora 'Jim' Cameron - eles seriam os únicos capazes de escreverem seu papel ( de Ripley ) de forma eficiente.
 Alien 3 - que já estava atrasado - contabilizou então algo em torno de três meses de paralisação...




 Nesse meio tempo, as várias equipes que trabalhavam no Set britânico prosseguiram; criando e recriando conceitos e protótipos os quais nem sabiam se ou como seriam utilizados no filme...
 Paralelamente, o chefe de estúdio da Fox, Roger Birbaum, indicaria aos produtores do filme um 'cara novo' para a direção de Alien 3... e esse cara, sobre o qual pesaram as mais duras e severas críticas da época sobre Alien 3 ( que levou grande parcela da culpa do filme ter sido um 'produto menor' de toda a cinessérie! ) foi, na verdade, o cara que salvou o filme...!!

 Um cara chamado David 'Seven, O Clube da Luta, O Quarto do Pânico, Zodíaco, O Curioso Caso de Benjamin Button, A Rede Social, Millenium: Os Homens que não Amavam as Mulheres' Fincher... 


A     L     I     E     N     3
o Diretor...


* O diretor David Fincher no Set de Alien 3. *




 " Novamente, não queríamos um diretor que tivesse grande experiência, mas que, em nossa opinião, se tornaria um grande diretor no futuro. "
do produtor Gordon Carroll, sobre o diretor David Fincher



 Ainda que a crítica da época tenha-lhe creditado grande parte do aparente fracasso de Alien 3 ( tal qual técnicos de futebol: a 'culpa' duma campanha vexatória é, usualmente, atribuída a eles ) David Fincher teve o enorme mérito de salvar o projeto 'Alien III' dos, inevitáveis, caos e ruína...

 Uma vez que a recepção ( quase global ) do roteiro final, de Giler e Hill, era que tratava-se duma 'bomba', coube a Fincher revisar, reescrever ( em princípio acessorado pelo escritor Rex Pickett, autor do romance Sideways, que, no curso da já consagrada 'Maldição de Alien 3', foi demitido por Hill e Giler ) e dirigir o filme... Fincher foi o responsável pela 'Ripley careca' ( que fez Weaver 'apaixonar-se' por ele ) e pela transição dos cenários ( praticamente prontos! ) do conceito de Ward ( do planetóide de madeira ) para o conceito do 'Planeta Prisão' Fury 161:







 À estética - suja e inoperante - do 'Planeta Prisão', Fincher acrescentou um elemento, no mínimo, genial: subdividir os tons predominantes do filme em Cinza, usualmente para takes externos... 




 ... e Sépia, para takes no labiríntico interior do complexo: 




 Não obstante à árdua ( e quase interminável! ) tarefa de reescrever o roteiro aproveitando Sets e estruturas, prontas e semiprontas, somou-se a hercúlea tarefa de fazê-lo sob incessante interferência criativa da Fox, com constantes adições ou supressões à trama... isso, sem contar, certamente, a pressão de ter que entregar um produto final à altura de Alien, de Ridley Scott, e Aliens, de James Cameron.
 Paralelamente ao caos, Michael Biehn soube ( por intermédio de seu agente ) que um modelo 'Fake' de seu personagem, o Cabo Hicks, fôra visto no Set de filmagens de Alien 3, com a cabeça despedaçada e um rombo no peito ( Nota 10: lembremo-nos que a personagem morre empalada por uma barra da estrutura da EEV ). Biehn concluiu que sua personagem fôra incumbada por um Cheastburster...! O ator - ainda magoado por não ter sido incluído no filme - ficou furioso e quiz processar a produção. Por fim, apenas pelo uso duma foto sua ( associada ao 'Fake' )...




 ... Biehn recebeu quase o mesmo - a título de direitos de uso de imagem e indenização - que recebeu por toda a sua participação em Aliens...!
 Em contrapartida, Fincher prosseguia com Alien 3 aos avanços e tropeços, que levaram-lhe a, no ritmo das constantes mudanças do roteiro, filmar sequências e mais sequências e, por diversas vezes, alternativas às sequências ( Nota 11: como veremos, essa é a principal razão pela qual o Dog Alien e as demais criaturas do filme são tão singulares - as constantes modificações no devir da trama ), afim do produto final alcançar o máximo em excelência e equilíbrio...
 Enquanto a maioria do filme foi rodado nos estúdios da Pinewood, algumas cenas foram filmadas na Usina de Força Blyth, em Northumberland ( Reino Unido ). Tratavam-se de sequências na superfície do planeta:




 Alien 3 foi ( finalmente...! ) concluído, com o 'DNA' de Fincher, numa versão longa e de impacto...

 ... que, entretanto, não escaparia à dita 'Maldição de Alien 3'...!



A     L     I     E     N     3
por David Fincher





 " Ninguém odiava aquilo mais do que eu, ainda hoje, ninguém odeia mais aquilo do que eu. "
do diretor David Fincher, sobre a 'versão Teatral' de Alien 3



    Originalmente, há um sismo entre a versão que David Fincher 'fechou' de Alien 3 ( a, como ficou conhecida, 'Assembler cut' ou 'versão do Diretor' ) e aquela - há época - mundialmente assistida. Isso porquê a Fox - sem o consentimento de Fincher - reeditou e remanufaturou Alien 3 naquela que tornar-se-ia a 'versão Teatral' do filme; o que levou-lhe a renegar Alien 3 completamente...

 Uma das primeiras diferenças entre ambas as versões está, precisamente, na chegada de Ripley ao planeta Fury 161: enquanto na 'versão Teatral' ela é encontrada e resgatada na EEV pelos prisioneiros do 'Planeta Prisão...








 ... na 'versão do Diretor', após o choque com o 'mar', o corpo desacordado de Ripley surge - coberto de óleo e piolhos - na praia, de onde é resgatado pelo Dr. Clemens...








 ... saiba-se: o 'corpo' todo sujo de Ripley não é a atriz Sigourney Weaver (!), e sim um 'Fake' da atriz. Ripley é resgatada, e a EEV puxada até a praia por um conjunto de bois:






 Outra diferença entre ambos os 'cortes' está no hospedeiro original da criatura: enquanto na 'versão Teatral', de 1992, o Alien irrompe de um cão ( daí inclusive ser evocado por 'Dog Alien' )...


















 ... na 'versão do Diretor', a criatura surge de um boi morto...









 ... e recolhido ao abatedouro, pouco após 'tombar misteriosamente' Woodruff produziu o efeito valendo-se de um 'Fake' de boi e de sangue e vísceras genuínas, que eram-lhe abastecidas e reabastecidas diariamente dum matadouro local. Na faixa dos comentários de Alien 3, ele mencionou que o cheiro do Set tornou-se, praticamente, 'irrespirável'...!
 Nesta sequência em particular, saiba-se que há uma sub-diferença em sua confecção: numa primeira iniciativa, Fincher apostou que o 'Bambi' ( como ficou conhecida a versão juvenil do Ox Alien/Alien Boi - em referência à animação clássica da Disney, de 1942. Fincher queria que a jovem criatura expressasse fragilidade, paradoxalmente a seu nascimento violento ) seria mais crível - mais natural em seus movimentos - se fosse 'interpretado' por um cão ( da raça Whippet ) fantasiado de Alien:





 Afinal, o cão seria filmado brevemente, por trás e na obscuridade...! O primeiro problema foi que o cão recusava-se a usar a cabeça Alien completa, tendo, a equipe de criação da Amalgamated Dynamics ( Nota 12: a Amalgamated Dynamics - ou A.D. - é a empresa responsável pelos efeitos especiais de Alien 3. Falarei mais sobre adiante ) de cortá-la e adaptá-la ao focinho do animal:




 O resultado do take, entretanto, não apenas desapontou - ficou cômico! A equipe optou então por uma solução mais tradicional: um modelo animatrônico e operado por 'fantocheiros'...







 ... para close-ups, combinado a um modelo em escala, articulado e movimentado sobre bluescreen ( em português: 'tela azul'. É a 'Idade Média' do atual chroma key: um objeto era filmado a frente dum fundo azul e então sua imagem era capturada e depois inserida numa cena ou sequência de filme ) por 'fantocheiros'...




 ... para a sequência de sua fuga rápida. Sob a reedição da Fox, pouco do vislumbre do 'Bambi' original foi preservado. 
 Uma terceira diferença entre as versões é que, na 'versão do Diretor', o plano original de Ripley - de prender o Ox Alien em um compartimento inviolável ( usado para armazenar material tóxico ) - funciona! Mesmo em meio às explosões, chamas e caos, provocadas pela inadvertida icineração da 'quinitricetilina'...







 ... o Ox Alien é acoado pelas chamas; sendo, subsequentemente, atraído para a armadilha pelo prisioneiro 'Jr' ( aquele que tem uma tatuagem sob o olho esquerdo na forma duma lágrima negra, interpretado pelo americano Holt McCallany ) que, num ato de redenção ( 'Jr' foi o líder do grupo de detentos que tentou estuprar Ripley ), sacrifica-se ao apetite voraz da criatura...






 ... enquanto Ripley sela a única entrada do depósito-cofre:




 A segurança de Fury 161 duraria pouco: Golic ( Paul McGann ), um assassino em massa - pária entre os próprios detentos - em crescente demência desde seu primeiro contato com a criatura ( que chacinou dois companheiros seus ), vai até o depósito, assassina seu vigia e liberta o Ox Alien:








 Certamente, Golic paga essa ação com a própria vida...!
 A última diferença entre as versões está no desenvolvimento da 'Sequência do Suicídio de Ripley': na 'versão Teatral', Ripley deixa-se cair nas chamas dos fornos de Fury 161...





 ... quando, num trecho de impacto, o Alien Queen Cheastburster ( falarei mais sobre no momento oportuno ) irrompe - violentamente! - de seu tórax... 




 ... e, com seu último 'sopro de vida', ela retem-no junto ao peito moribundo...





 ... num gesto de forte e dúbio apelo: o dever de conter a 'besta suprema' e a doçura ( quase materna ) com a qual uma mãe sustêm um filho ao peito ( Nota 12: cabe salientar-se que Ripley perdeu sua filha - conforme mensurado antes - na transição de Alien, de 1979, para Aliens, de 1986, e perdeu Newt na transição de Aliens para Alien 3. Ademais, esse gesto simples traz consigo um dos mais potentes elementos do roteiro original de Vincent Ward: Ripley num dilema entre sua própria espiritualidade, dilacerada pela incubação alienígena, e a sua necessidade de destruir, em definitivo, o ancestral inimigo ). Por fim, ambas - fera e heroína - desaparecem nas chamas:





 Ainda que contra o desejo de Fincher, esse 'corte' deu ao público a chance única de ver o Alien Queen Cheastburster, de fabrico da A.D.
 Na 'versão do Diretor' entretanto, Ripley cai incólume, com o aspecto pétreo e cônscio de uma legítima heroína ateniense, para então desintegrar-se nas chamas dos fornos:









A     L     I     E     N     3
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B     I     S     H     O     P
o Andróide



 O mestre Stan Winston ( 1946-2008 ), responsável pelas criaturas de Aliens ( incluindo a Alien Queen ), foi procurado pela produção de Alien 3, mas não estava disponível...

 Winston indicou, entretanto, dois profissionais seus que, há pouco, haviam dissociado-se de sua empresa de efeitos especiais afim de fundarem uma própria, a Amalgamated Dynamics, Tom Woodruff Jr. e Alec Gills; hoje amplamente reconhecidos por seu trabalho em 'Percy Jackson e o Mar de Monstros' ( 2013 ), 'A Coisa' ( 2011 ), 'X-Men: Primeira Classe' ( idem ) e o 'Incrível Hulk' ( 2008 ) só para mencionar alguns.
 Enquanto a produção oscilava e mudava de mãos, ambos trabalhavam numa miríade de protótipos, modelos e idéias... Numa das mais consistentes, Woodruff optou por viabilizar - com a tecnologia mecânica e robótica da época - um desejo inviável desde Ridley Scott: criar um robô genuíno...! 
 Sabemos que, tanto o Ash de Ian Holm ( de Alien ) quanto o Bishop de Lance Henriksen ( de Aliens ) eram truques com protótipos inanimados e efeitos de maquiagem e edição... Para Alien 3, Woodruff somou um protótipo complexo, com um endoesqueleto mecanizado de boca, olhos, cílios e algumas micro-expressões móveis, a um molde - perfeito! - do rosto destroçado do ator:





 O 'Fake' ficou tão autêntico - tão real! - que a maioria dos expectadores do filme ( incluindo-me ) creram tratar-se do 'velho' Lance, sob pesada maquiagem!


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