('A Coisa', 2011)
APERTEM OS CINTOS... O 'PILOTO' SUMIU!
VEJA TAMBÉM:
"(...) o que tinha que ser feito era mostrar um massacre, enquanto Kate (Kate Lloyd, papel de Mary E. Winstead) estava atravessando a espaçonave - vendo vários alienígenas 'Piloto' mortos, semi-transformados e queimados. Algo terrível acontecera na nave. Eu gostei dessa idéia porque era o acampamento norueguês no espaço. Kate veria a 'sala dos casulos' e a cápsula quebrada, o que daria a ela pistas do que acontecera. O que não funcionou foi que ela iria encontrar Sander (Sander Halvorson, personagem de Ulrich Thomsen) e impedir a decolagem da nave e, ao mesmo tempo, resolver esse mistério. Essas energias estavam em conflito."
do cineasta, escritor e produtor holandês Matthijs van Heijningen Jr. (março de 2013).
A sequência é conhecida...
Depois de ser basicamente 'engolida' pela espaçonave alienígena, a Dra. Kate Lloyd (Mary E. Winstead) desperta em seu interior. Desorientada e confusa (e com uma granada em uma das mãos) Kate admira a ignota paisagem extraterrestre à sua volta. Máquinas - de propósito e funcionamento desconhecidos - elevam-se à frente dela.
Aparentemente, a astronave está em processo de decolagem.
Kate perambula pela nave, seguindo um som dissonante próximo - o mesmo que Olav (Jan Gunnar Roise) perseguia no prólogo do filme. Ela alcança então uma sala de controles, em cujo centro há uma espécie de 'holodeck' que emite um grosso feixe luminoso que, de maneira cadenciada, fica desmontando-se e remontando-se em formas geométricas.
Kate analisa o luminoso enquanto, atrás dela, algo inominável remexe-se...
Das sombras emerge então o "Sander-Thing": uma bizarra combinação do Dr. Sander Halvorson (Ulrich Thomsen) e da Coisa!!
Kate confronta então a derradeira 'encarnação' da Coisa, explodindo-a (e, ao convés da nave) com a granada em suas mãos!
Esse é o clímax e, ao mesmo, o fim de A Coisa que conhecemos...
Entretanto, cabe pontuar-se que este não foi - originalmente - o fim pensado pelo diretor Matthijs van Heijningen Jr. para o filme. De fato, Heijningen tinha uma visão bem mais ambiciosa para o mesmo. Denominada "Pilot Version" (ou "Versão do Piloto") a sequência previa um devir bem diferente que, dentre outras coisas, excluiria o próprio Sander-Thing!?
"Criamos o Sander-Thing no último minuto" - afirmou o diretor, em uma entrevista ao site Monster Legacy (em março de 2013). De fato, o último chefe que Kate enfrentaria, seria uma versão 'coisificada' da espécie criadora do OVNI; batizada de "Pilot" (ou Piloto):
Várias maquetes em pequena escala foram produzidas pelos artistas plásticos e de efeitos-especiais Clint Zoccoli e Paul Komoda, afim de estabelecer-se o aspecto final do Piloto:
Depois de ser basicamente 'engolida' pela espaçonave alienígena, a Dra. Kate Lloyd (Mary E. Winstead) desperta em seu interior. Desorientada e confusa (e com uma granada em uma das mãos) Kate admira a ignota paisagem extraterrestre à sua volta. Máquinas - de propósito e funcionamento desconhecidos - elevam-se à frente dela.
Aparentemente, a astronave está em processo de decolagem.
Kate perambula pela nave, seguindo um som dissonante próximo - o mesmo que Olav (Jan Gunnar Roise) perseguia no prólogo do filme. Ela alcança então uma sala de controles, em cujo centro há uma espécie de 'holodeck' que emite um grosso feixe luminoso que, de maneira cadenciada, fica desmontando-se e remontando-se em formas geométricas.
Kate analisa o luminoso enquanto, atrás dela, algo inominável remexe-se...
Das sombras emerge então o "Sander-Thing": uma bizarra combinação do Dr. Sander Halvorson (Ulrich Thomsen) e da Coisa!!
Kate confronta então a derradeira 'encarnação' da Coisa, explodindo-a (e, ao convés da nave) com a granada em suas mãos!
*Kate confronts The Thing ('Kate confronta A Coisa', em português) - The Thing 2011; Universal Pictures.*
Esse é o clímax e, ao mesmo, o fim de A Coisa que conhecemos...
Entretanto, cabe pontuar-se que este não foi - originalmente - o fim pensado pelo diretor Matthijs van Heijningen Jr. para o filme. De fato, Heijningen tinha uma visão bem mais ambiciosa para o mesmo. Denominada "Pilot Version" (ou "Versão do Piloto") a sequência previa um devir bem diferente que, dentre outras coisas, excluiria o próprio Sander-Thing!?
"Criamos o Sander-Thing no último minuto" - afirmou o diretor, em uma entrevista ao site Monster Legacy (em março de 2013). De fato, o último chefe que Kate enfrentaria, seria uma versão 'coisificada' da espécie criadora do OVNI; batizada de "Pilot" (ou Piloto):
"O Piloto era algo que reproduzia perfeitamente a espécie de alienígenas que construiu a nave" - afirmou Alec Gillis, co-fundador da Amalgamated Dynamics, empresa responsável pelos efeitos-especiais de The Thing prequel: "Ele foi substituído após uma exibição que, aparentemente, confundiu a audiência com o quê era ele. Percebeu-se que as interações (réplicas) da Coisa eram assimétricas, terríveis e escancaradas. Assim, apresentar uma criatura que parecia ter vindo da biologia normal, era uma violação do que havia sido visto - tanto no próprio filme de 2011 quanto no de John Carpenter."
De fato, no lugar do feixe holográfico (que foi inserido na pós-produção, depois que as sessões-teste atestaram que a sequência não fora muito bem entendida pelo público) era o Piloto que estava no centro da sala de controles da espaçonave:
A criatura - segundo o conceito de Heijningen e os storyboards do diretor, produtor e roteirista Robert McCallum - fazia parte de uma espécie alienígena "avançada e espacial". A espécie desbravava o Cosmos coletando, isolando e catalogando outras espécies de formas de vida. Ignorando o perigo iminente, os Pilotos teriam 'coletado' a Coisa em um certo momento (certamente disfarçada numa outra espécie).
A bordo da espaçonave, a Coisa iniciou sua 'infestação'; destruindo quase toda a tripulação alienígena. Ante à aniquilação, o último dos Pilotos suicidou-se, seccionando seu "tubo de respiração e suporte a vida", mas não antes de colocar a nave em curso de colisão com a Terra; colisão que pusesse fim ao invasor...
O que não ocorreu.
*The Thing opening Scene (abertura do filme 'Enigma de Outro Mundo') - The Thing 1982; Universal Pictures.*
Assim, uma vez que o OVNI necessitava de uma interação 'biomecânica' para funcionar, a Coisa abandonaria a forma do Dr. Sander para assumir a forma do Piloto. E foi nessa condição (de Piloto e não de Sander) que a Coisa atacaria a Dra. Lloyd:
Uma vez que a inserção do Sander-Thing deu-se na pós-produção (e de maneira emergencial) ainda é possível ver o Piloto - bem brevemente - nalguns frames da sequência:
Por certo, o curso desses eventos seria 'desvendado' por Kate à medida em que ela desbravava a espaçonave: primeiro, ela encontraria alguns crio-tubos com algumas formas exóticas congeladas. É claro que um dos nichos teria marcas de violação de dentro para fora, ou seja, algo escapara dali:
Kate seguiria o rastro de demência e destruição até encontrar o cadáver de um "Piloto", fossirizado - morto há muito tempo - possivelmente pela Coisa:
Por fim, ela alcançaria a Sala de Controles e, o último tripulante do OVNI, morto com seu equipamento de suporte a vida 'mastigado':
Este seria "basicamente o Colin do espaço", como Heijningen o descreveu, referindo-se ao personagem do ator anglo-canadense Jonathan Lloyd Walker, que suicida-se em The Thing prequel:
*Colin's Death ('A Morte de Colin', em português) - The Thing 2011; Universal Pictures.*
Várias maquetes em pequena escala foram produzidas pelos artistas plásticos e de efeitos-especiais Clint Zoccoli e Paul Komoda, afim de estabelecer-se o aspecto final do Piloto:
Alec Gillis disse: "Foi uma ótima oportunidade para projetar e construir uma forma de vida única." O co-fundador da Amalgamated Dynamics, Tom Woodruff Jr., acrescentou: "Queríamos ter a certeza que pareceria uma forma de vida autônoma e independente, e não algo que fôra infectado pela Coisa - o que era o ponto crucial da história. Então, para esse fim, foi projetada com uma simetria muito biológica, olhos muito específicos, mãos e pés que parecessem ágeis e com habilidade suficiente para pilotar a nave."
Por fim, um modelo 1:1 foi construído e trazido para o Set. Ele era totalmente articulado e foi esculpido por Mikey Rotella, Miyo Nakamura & Casey Love (quem também pintou a criatura):
O modelo foi então 'conectado' a cabos que vinham de cima do conjunto do Set:
Quando o Piloto se 'separasse' de seu elo cognitivo com a nave, rompendo os cabos e conexões para atacar Kate, um Piloto em CGI tomaria seu lugar.
No devir da versão, o Piloto seria incendiado e, para tal, Tom Woodruff Jr. usou um traje especial de captura (e, a prova de chamas) com extensões de braço para dar consistência a sobreposição em CGI:
Para compor o cenário dos diversos espécimes nos crio-tubos, a ADI construiu seis bonecos à partir da sucata de criaturas de outros filmes, como "O Ataque dos Vermes Malditos" (Tremors, 1990), "Tropas Estelares" (Starship Troopers, 1997), "Alien: A Ressurreição" (Alien: Resurrection, idem) e Dragonball Evolution (idem, 2009) entre outros:
Nesta versão, Kate (literalmente) 'tropeçaria' no laboratório da nave:
Contudo, a cena acabou sendo 'trucada' pelo take em que ela observa - meio que aturdida - os propulsores da nave.
"Nós precisávamos de muito dinheiro para mostrar essa versão (do 'acampamento norueguês') espacial, com todos os alienígenas mortos. O Estúdio (Universal) achou que era muito caro e complicado, então apagamos toda a história" - explicou Heijningen. Ademais - conforme mencionado anteriormente - as exibições-teste de The Thing prequel demonstraram que a audiência não entendera a presença do Piloto no take final, por conta de seu equilíbrio e simetria. Ficou então decidido que a criatura do clímax teria de ser mais coisificada. "Nós projetamos o Sander-Thing em uma maquete...
... que foi, posteriormente, animada digitalmente." - completou Gillis.
Tanto o Piloto quanto a escultura do Sander-Thing, estão hoje sediadas no espólio dos Estúdios da ADI. Antes de ir para a 'reserva' contudo, o Piloto foi exposto na edição de 2012 do Monsterpalooza.
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