G O J I R A
O BEIJO DO DRAGÃO
* O Daigo F. Maru, em 1954.*
* O Daigo F. Maru, em 1954.*
" A nuvem de gotículas não parecia ameaçadora, mas, por alguma razão, desejava esquivar-se dela ( ... ) Apostava corrida contra ela. Mas... perdeu. Em um minuto, estava ao Sol. No seguinte, encontrava-se encharcado por completo pelo borrifo morno e brilhante. Então, a nuvem passou. Ele ficou ali, coberto de gotas que reluziam ao Sol, observando a nuvem afastar-se varrendo superfície da água. De repente, sobressaltou-se e abaixou os olhos. Sentia um curioso formigamento na pele. ( ... ) Foi o começo. "
Richard Matheson, 'O Incrível Homem que Encolheu' ( 1956 )
Em 1º de março de 1954, o pesqueiro japonês Daigo Fukuryo Maru ( TCC SS. Lucky Dragon V ) com 22 homens à bordo dedicava-se à usual pesca de atum. Paralelamente, a quilômetros dali, no Atol de Bikini ( nas Ilhas Marshall, no Oceano Pacífico ), os EUA davam início ao chamado teste nuclear 'Castle Bravo', com uma Bomba de Hidrogênio de poder destrutivo calculado em 6 Megatons. Fora da 'área de risco' estimada pelos americanos...
* O ponto 'B' no mapa equivale à 'zona de perigo' original; conforme estimado pelas autoridades dos EUA ( posteriormente estendido para 'W', no mapa ). A posição 'xF' indica a localização aproximada do Daigo F. Maru, quando foi atingido pelas 'cinzas da morte'. Os pontos 'NC', 'CE' e 'SE' indicam as correntes equatoriais do Pacífico. Os pontos marcados com 'X' indicam as áreas onde peixes contaminados por radiação foram encontrados.*
... a tripulação do Daigo seguia com a pescaria, crendo-se em segurança...
Segundo o relato dos tripulantes, o céu do oeste nesse dia ficou iluminado como o poente e, sete minutos depois da detonação do artefato nuclear em Bikini, o som da explosão alcançou o Daigo...
... e, duas horas mais tarde, teve início uma bizarra precipitação ( chuva ) de cinzas...!
A 'chuva' - um pó branco composto de flocos finos do coral calcinado de Bikini, saturados de subprodutos radioativos e isótopos de nêutrons ativados - caiu profusamente sobre a embarcação. Cônscios do perigo, a tripulação do Daigo tratou de recolher as redes, tralhas e o atum pescado - um processo lento e sistemático - expondo-se à precipitação radioativa por um período não inferior a 3 horas...!!
De fato, a imprevisibilidade dos testes nucleares revelou-se quando os previstos 6 megatons revelaram um rendimento de 15 megatons (!), mais que o dobro (!!) do previsto, ampliando a área de restrição em centenas de quilômetros; expondo - além do Daigo - um número estimado de 100 embarcações a uma dose excessiva de radiação e sedimentos radioativos.
Os pescadores chamaram as cinzas de 'shi no hai'; ou 'cinzas da Morte'...!
Pouco depois de aportar, a tripulação do Daigo passou a apresentar náuseas, dores de cabeça e nos olhos, queimaduras ( das áreas expostas às cinzas; como cabeça e couro cabeludo ) e sangramento nas gengivas; conjunto de sintomas diagnosticado por especialistas ( cabe destacar-se o papel crucial do Dr. Yasushi Nishiwaki, um biofísico, que, tão logo foi informado do episódio, viajou de Osaka para Yaizu afim de examinar as vítimas ) como 'Síndrome da Radiação Aguda'.
O Dr. Nishiwaki escreveu uma carta urgente ao chefe da Comissão de Energia Atômica, Lewis Strauss, pedindo informações sobre como tratar as vítimas da 'S.R.A.' O Governo dos EUA contudo, negou-se a revelar informações sobre a composição química das 'cinzas da morte' sob o argumento de 'Segurança Nacional' ( Nota 7: Strauss chegou a sugerir ao então Secretário de Imprensa do presidente Dwight D. Eisenhower, que o Daigo F. Maru havia sido 'plantado' dentro da 'área de risco' do teste, num ardil dos comunistas para constranger os EUA ).
Em 23 de setembro de 1954 ( menos de 7 meses depois do teste e a dois meses da estréia de Gojira ), o operador-chefe de rádio do Daigo, o Sr. Aikichi Kuboyama, de 40 anos, morreu de cirrose hepática decorrente da elevada exposição à radioatividade...
Kuboyama tornou-se então a 1ª vítima japonesa de uma Bomba-H...!
Segundo o relato dos tripulantes, o céu do oeste nesse dia ficou iluminado como o poente e, sete minutos depois da detonação do artefato nuclear em Bikini, o som da explosão alcançou o Daigo...
... e, duas horas mais tarde, teve início uma bizarra precipitação ( chuva ) de cinzas...!
A 'chuva' - um pó branco composto de flocos finos do coral calcinado de Bikini, saturados de subprodutos radioativos e isótopos de nêutrons ativados - caiu profusamente sobre a embarcação. Cônscios do perigo, a tripulação do Daigo tratou de recolher as redes, tralhas e o atum pescado - um processo lento e sistemático - expondo-se à precipitação radioativa por um período não inferior a 3 horas...!!
De fato, a imprevisibilidade dos testes nucleares revelou-se quando os previstos 6 megatons revelaram um rendimento de 15 megatons (!), mais que o dobro (!!) do previsto, ampliando a área de restrição em centenas de quilômetros; expondo - além do Daigo - um número estimado de 100 embarcações a uma dose excessiva de radiação e sedimentos radioativos.
Os pescadores chamaram as cinzas de 'shi no hai'; ou 'cinzas da Morte'...!
Pouco depois de aportar, a tripulação do Daigo passou a apresentar náuseas, dores de cabeça e nos olhos, queimaduras ( das áreas expostas às cinzas; como cabeça e couro cabeludo ) e sangramento nas gengivas; conjunto de sintomas diagnosticado por especialistas ( cabe destacar-se o papel crucial do Dr. Yasushi Nishiwaki, um biofísico, que, tão logo foi informado do episódio, viajou de Osaka para Yaizu afim de examinar as vítimas ) como 'Síndrome da Radiação Aguda'.
O Dr. Nishiwaki escreveu uma carta urgente ao chefe da Comissão de Energia Atômica, Lewis Strauss, pedindo informações sobre como tratar as vítimas da 'S.R.A.' O Governo dos EUA contudo, negou-se a revelar informações sobre a composição química das 'cinzas da morte' sob o argumento de 'Segurança Nacional' ( Nota 7: Strauss chegou a sugerir ao então Secretário de Imprensa do presidente Dwight D. Eisenhower, que o Daigo F. Maru havia sido 'plantado' dentro da 'área de risco' do teste, num ardil dos comunistas para constranger os EUA ).
Em 23 de setembro de 1954 ( menos de 7 meses depois do teste e a dois meses da estréia de Gojira ), o operador-chefe de rádio do Daigo, o Sr. Aikichi Kuboyama, de 40 anos, morreu de cirrose hepática decorrente da elevada exposição à radioatividade...
Kuboyama tornou-se então a 1ª vítima japonesa de uma Bomba-H...!
* Os familiares do Sr. Aikichi Kuboyama, de luto.*
" Eu rezo para que eu seja a última vítima de uma bomba atômica ou de hidrogênio. "
Aikichi Kuboyama ( 1914-1954 )
Não obstante, muitos tripulantes do Daigo acabaram contraindo Hepatite-C durante o longo tratamento contra a exposição à radiação, que envolvia uma miríade de transfusões de sangue. O Sr. Oishi Matashici, tripulante e sobrevivente do incidente...
* O Sr. Oishi Matashici e o Daigo F Maru ( ao fundo ), no Tokyo Metropolitan Daigo F. Maru Exbition Hall, em fevereiro de 2014.*
... publicaria um livro intitulado 'The Day The Sun Rose in the West: The Lucky Dragon, and I' ( em port.: 'O Dia da Rosa Solar no Oeste: o Lucky Dragon e eu' ) narrando sua experiência pós 1º de março de 1954, tornando-se um enfático antagonista dos testes nucleares e da 'Corrida Armamentista'.
Os EUA tentaram de tudo para encobrir ( ou mesmo minimizar ) o trágico episódio do Daigo F. Maru/Lucky Dragon, o que acabou resultando num feroz movimento anti-nuclear num Japão que mau conseguira recompor-se dos dramas de Hiroshima e Nagasaki, 9 anos antes. Por fim, os governos japonês e americano chegaram a um acordo de compensação - às vítimas e à Indústria Pesqueira japonesa, lesada pela contaminação radioativa dos peixes - no valor de $ 15.300 dólares americanos.
Atualmente, o Daigo F. Maru/Lucky Dragon ( tendo sido considerado inócuo aos seres humanos ) está em exposição no Tokyo Metropolitan Daigo Fukuryo Maru Exhibition Hall, em Tóquio, como um espólio sinistro da 'Corrida Armamentista'...
Paralelamente, numa viagem de avião, o diretor japonês Ishiro Honda tomou conhecimento do lamentável episódio do Daigo F. Maru/Lucky Dragon pelos jornais... Honda, há época envolto no desenvolvimento de um 'Monster Movie' denominado por 'G-Project' ( 'G' de 'Giant', ou 'Gigante' em português ), viu no incidente o elemento capaz de amadurecer seu projeto incipiente em alguma coisa grande...!
Grande de fato!
G O J I R A
A ORIGEM...
" Se Gojira fosse um dinossauro ou qualquer outro animal, ele poderia ser morto apenas por uma bala de canhão. Mas se ele fosse igual a uma bomba atômica, nós não saberíamos o que fazer. Então eu peguei as características de uma bomba atômica e apliquei-as em Gojira. "
Ishiro Honda ( 1911-1993 )
Conforme mencionado anteriormente, o autor de ficção-científica e terror japonês, Shigeru Kayama, foi o primeiro a conceber o roteiro de Gojira...
Em seu projeto ( em princípio intitulado 'O Monstro Gigante de 20.000 Léguas Submarinas'; mais tarde renomeado para 'G-Sakuhun' ou 'Projeto-G' ), o Dr. Yamane - o arqueólogo, descobridor de Gojira, interpretado por Takashi Shimura ( 1905-1982 ) - era um vilão: um 'cientista-louco' clássico ( que vestia-se com uma capa ) que morava em uma mansão ao estilo gótico. Sua criatura ( Gojira ), faria sua estréia - na ficção de Kayama - emergindo das profundezas para destruir um farol, numa evidente referência a The Beast from 20.000 Fathoms. Esse argumento foi, em parte, aproveitado por Eiji Tsuburaya, diretor de efeitos especiais de Gojira, no no episódio 10 de Ultraman, nonde o super-herói alienígena combate 'Jirass'...
... ( pronuncia-se 'Quira', no Brasil ).
Posteriormente, o escritor e diretor Takeo Murata ( 1910-1994 ) e o próprio Ishiro Honda reescreveram o original de Kayama; transformando o Dr. Yamane em um benfeitor e acrescentando o ( mais que púdico ) triângulo amoroso entre as personagens Emiko Yamane, filha do arqueólogo, interpretada por Momoko Köchi ( 1932-1998 ); Hideto Ogata, interpretado por Akira Takarada...
... e o Dr. Daisuke Serizawa, criador da única arma capaz de destruir Gojira - 'The Oxigen Destroyer' ( transl. 'O Destruidor de Oxigênio' ) - interpretado por Akihiko Hirata ( 1927-1984 ); além de alguns outros elementos. Cabe salientar-se que a personagem Dr. Serizawa foi a única personagem de Gojira que susteve-se em Godzilla-2014, nonde é interpretado pelo veterano Ken Watanabe:
Em verdade, os produtores de Gojira haviam-no projetado com diferentes desdobramentos, contudo a Toho impôs-lhes um prazo curto de tempo para a entrega de um filme, qualquer que fosse ele...! Foi ao tomar conhecimento do incidente com o Daigo F. Maru/Lucky Dragon que o 'G-Project' tornar-se-ia Gojira ( Nota 8: oficialmente, 'Gojira' - uma combinação das palavras japonesas 'Gorira', gorila; e 'Kujira', baleia - foi eleito à partir de um concurso promovido pela Toho para nomear a criatura. Em um mito - muito popular entre os fãs do monstro - 'Gojira' era o apelido de um dos membros da equipe de criação; algo como 'Ogro' ou 'Parrudão'...! ), tanto que a primeira sequência do filme - na qual um 'relâmpago' misterioso faz naufragar o pesqueiro Eiko Maru...
... perto de Odo Island, deixando seus sobreviventes com queimaduras por radiação - é uma clara referência ao incidente com o Daigo. Sob uma análise mais cuidadosa da sequência, poder-se-ia afirmar que fôra o 'Castle Bravo Nuclear Test' que, originalmente, afundara o navio, afetara sua tripulação e, de quebra, despertara/criara Gojira; ainda que isso não fique explícito na película.
Um segundo navio é então enviado para investigar o naufrágio do Eiko Maru, tendo seu mesmo destino. Paralelamente, em Odo Island, os aldeões atribuem a catástrofe a um mito local: um monstro-marinho chamado Gojira. Durante a noite, uma tempestade - seguida de ventos e maremoto - assola a vila de pescadores. Uma testemunha ( um menino ) entretanto, divisa - em meio a tempestade - seu real causador...
Ao investigar a trágica cadeia de eventos, corroborar testemunhos e evidências - tais como gigantescas pegadas radioativas e até mesmo um trilobita ( artrópode característico do Paleozóico, conhecido apenas por registros fósseis ) nelas encontrado - o Dr. Yamane ( Shimura ) deduz que o Gojira lendário deva ser um produto do envolvimento humano com o armamento atômico. Neste ponto - numa sequência tornada verdadeiramente antológica - Gojira surge, com toda a sua ferocidade e onipresença para os aldeões de Odo Island e para o mundo todo:
Um segundo navio é então enviado para investigar o naufrágio do Eiko Maru, tendo seu mesmo destino. Paralelamente, em Odo Island, os aldeões atribuem a catástrofe a um mito local: um monstro-marinho chamado Gojira. Durante a noite, uma tempestade - seguida de ventos e maremoto - assola a vila de pescadores. Uma testemunha ( um menino ) entretanto, divisa - em meio a tempestade - seu real causador...
Ao investigar a trágica cadeia de eventos, corroborar testemunhos e evidências - tais como gigantescas pegadas radioativas e até mesmo um trilobita ( artrópode característico do Paleozóico, conhecido apenas por registros fósseis ) nelas encontrado - o Dr. Yamane ( Shimura ) deduz que o Gojira lendário deva ser um produto do envolvimento humano com o armamento atômico. Neste ponto - numa sequência tornada verdadeiramente antológica - Gojira surge, com toda a sua ferocidade e onipresença para os aldeões de Odo Island e para o mundo todo:
Conforme dito anteriormente, Eiji Tsuburaya desejava usar em Gojira a mesma técnica empregada em 'The Beast...': o Stop Motion; entretanto, a técnica era cara e de produção lenta ( por vezes eram necessários dias para a confecção de um único take de alguns minutos ) e, sob 'prazo apertado' ficou decidido que o meio mais efetivo de fazê-lo seria o uso combinado de bonecos...
... cenários em escala e um homem fantasiado de monstro, papel que coube ao Ilmo. ator ( e faixa-preta de judô, o que muito ajudou-lhe a compor os movimentos do monstro ) Haruo Nakajima...
... que interpretou Gojira até sua aposentadoria ( em 1972 ).
Tsuburaya originalmente concebera Gojira como um polvo gigante ( argumento que coube a 'O Monstro do Mar Revolto, de 1955...
... cuja criatura, o 'Sixtopus, um polvo com 6 tentáculos - assim produzido por conta do material escasso - foi também assinado por Ray Harryhausen ) e, com o devir da pré-produção, a criatura transitou por vários conceitos ( que até incluíram um bizarro antropóide com cabeça de cogumelo, em referência ao 'cogumelo atômico' decorrente duma explosão nuclear ) até que chegasse a sua forma definitiva ( uma quimera, em verdade ): a combinação de um dragão, um Tyranosaurus rex ( cabeça ), um Stegosaurus ( formações ósseas no dorso ), e um Iguanodon ( membros anteriores e postura ereta )...
Afim de enfatizar a relação da criatura com a bomba atômica, a textura da pele de Gojira...
... foi inspirada nas queimaduras vistas nos sobreviventes de Hiroshima. Outra associação entre a criatura e o ataque nuclear americano ao Japão é a devastação de Tóquio decorrente do ataque de Gojira...
... Honda ficara - notadamente - chocado com a devastação que ele e o mundo assistiram em Hiroshima...
... e Nagasaki...
... 9 anos antes, assim projetando o choque inicial de Gojira contra Tóquio como uma 'explosão atômica em câmera lenta', reduzindo-a a um punhado de escombros de aspecto similar a aquile visto em ambas as cidades.
Uma derradeira associação entre o monstro e as bombas atômicas é sua virtual invulnerabilidade: Gojira é praticamente indestrutível por armas convencionais...! Sendo um legítimo 'filho do átomo', Gojira não pode ser vencido por nenhum recurso menos equivalente que um artefato nuclear.
Ainda que fosse a alternativa mais viável à produção, o uso do 'traje Gojira' provou-se um desafio à parte para Nakajima: o primeiro protótipo - além de desmesuradamente pesado e desajeitado - era extremamente quente (!), levando-lhe a exaustão e a desmaios... O protótipo foi aprimorado com um sistema que absorvesse o suor do ator, mas, ainda assim, o uso do traje era restrito a uns poucos minutos:
Quanto ao tão característico quanto icônico 'urro de Gojira', ele foi obtido quando o compositor Akira Ifukube ( 1914-2006 ), descontente com os áudios disponíveis, esfregou uma luva revestida com resina ao longo das cordas de um contrabaixo...! O ruído obtido foi então reproduzido numa velocidade reduzida, resultando no emblemático 'urro de Gojira' ( Nota 9: o 'urro de Gojira' foi renovado para Godzilla-2014: o designer de som Erik Aadahl obteve o áudio original, assinado por Ifukube e, depois de passá-lo por vários filtros, ele descobriu uma série de variações - inaudíveis ao ouvido humano...! Aadahl então combinou-as e recombinou-as ao original de Ifukube, resultando no 'urro de Gojira' contemporâneo:
* Godzilla Behind the Scenes: Behind the Roar ( 'Godzilla por trás das câmeras: por trás do Urro', em português ) - Godzilla 2014; Legendary Pictures e Warner Bros Pictures.*
Saiba-se que o 'urro de Gojira' contemporâneo foi estimado poder ser ouvido a uma distância de até 4.8 Kms...!! )
De volta à película, Gojira - incólume ante ataques e contra-ataques das forças armadas japonesas - é, por fim, derrotado pelo engenho secreto do Dr. Serizawa: The Oxigen Destroyer...
... capaz de desintegrar os átomos de oxigênio e, consequentemente, de asfixiar toda a fauna subaquática. Heroicamente, Serizawa detona o artefato próximo ao monstro, que é reduzido a uma pinha de ossos...
... enquanto ele próprio é igualmente destruído, encerrando consigo a fórmula da construção da super-arma atômica.
Numa nota curiosa, a Toho originalmente recusou-se a rodar Gojira a cores ( como parte do plano de restringir-lhe custos ) o que acabou por beneficiar a produção: Honda pôde destinar uma parte significativa do orçamento para a produção dos efeitos especiais do filme. Ademais, além de a penumbra ocultar-lhe a maioria dos 'defeitos especiais' ( como fios, cabos e demais infra-estrutura ), as 'cenas noturnas' acabaram ganhando um impacto adicional. Sobre isto, ao Dallas Observer, Lucas Y. Thompson escreveu ( em 2004 ): 'Muitas pessoas tendem a surpreender-se com o que vêem. O filme de 1954 é filmado como um clássico noir (...) o próprio monstro não é plenamente revelado por um bom tempo e, quando ele finalmente aparece, ele é um predador negro e malévolo, de pele brilhante, que fica principalmente nas sombras.'
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