16º Ato (Post) THE FLY (The Brundlefly and The Martinfly) Pág. VII    
                                                                                                                      
'F I L M E   D E   M O N S T R O' 



 " Há muito tempo eu propus uma sequência a Mel Brooks, quando ele disse que queria fazer uma sequência. Ele não gostou do que eu propus porquê ele disse que não era o mesmo que o filme original. 'A sequência' - disse ele - 'deve ser mais do mesmo.' Então eu disse: Bem Mel, então não estou interessado. "
 David Cronenberg, em entrevista à Revista Empire (2012)


 Saiba-se que Chris Walas foi contrário a usar a frase 'Tal Pai. Tal Filho' como tagline de seu próprio filme, por considerá-la 'brega'...

 Uma decorrência natural do enorme sucesso, de público e crítica, do filme The Fly foi a ansiedade por uma sequência. Ainda que a própria trama de 'A Mosca' deixasse subsídios para uma possível continuação ( obviamente o destino do filho de Seth Brundle ) o primeiro tratamento para um ( possível ) 'A Mosca II'  distava ( em muito! ) do conceito original, ainda que fosse endossado pelo próprio Cronenberg. O projeto foi assinado pelo crítico de cinema, biógrafo, roteirista, novelista, blogueiro e editor/colunista da Video Watchdog, Tim Lucas, e contrapunha Verônica Quaife às Indústrias Bartok, que mantinham a consciência de Seth Brundle secretamente aprisionada e escravizada no computador dos teleportes, obrigando-lhe a fazê-los funcionar para fins de clonagem experimental. No devir da trama, Verônica libertaria Seth, reintregando-lhe em um 'corpo puro'. 
 Cronenberg - que celebrizou-se por resistir a 'continuar' seus próprios filmes - aparentemente auferiu a esse projeto em entrevistas posteriores ( respectivamente em 2009 e 2012 ) classificando-o como 'mais lateral' e 'não sendo uma continuação' e 'certamente não um remake'.
 Geena Davis interessou-se pelo projeto, enquanto Goldblum sentiu-se mais confortável com 'uma ponta' ( que, conforme vimos, foi o que acabou ficando, com a cutscene da '2ª Entrevista de Seth Brundle à Verônica Quaife' ).
 Porém, Brooks e Cronenberg não chegaram a um denominador comum e Cronenberg retirou-se do projeto ( Nota 30: há uma menção a Cronenberg em The Fly II, quando o jovem Martin Brundle aventura-se pelas dependências das Indústrias Bartok e topa-se com um segurança adormecido que lia um livro. O livro em questão é 'The Shape of the Rage: The Films of David Cronenberg', escrito por Piers Handling em 1983, que discute - exatamente - a filmografia do diretor até ali ).

 Conforme já mencionado anteriormente, a direção de 'A Mosca II' coube então Chris Walas ( também diretor de Aracnofobia, de 1990 ):





 Não obstante, passaram pelo roteiro o roteirista, diretor e produtor Jim Wheat ( de 'Eclipse Mortal', de 2000; 'A Batalha de Riddick', de 2004 e Riddick 3, de 2013 ) e o roteirista e diretor Mick Garris ( de 'Montado na Bala', de 2004 ) que deixaram elementos que acabaram incorporados ao roteiro final; assinado pelo roteirista, cineasta e produtor de cinema Frank Darabont ( atualmente produzindo a telessérie The Walking Dead ).
 Conforme mencionado anteriormente, pode-se reconhecer elementos das duas sequências ao filme The Fly original ( 1958 ) - ou seja Return of The Fly ( de 1959 ) e Curse of The Fly ( de 1965 ) - presentes em The Fly II: o nome do filho de Seth Brundle, Martin, veio de The Curse of The Fly; enquanto o conceito do 'Programa de Troca de Genes' ( por meio do qual Martin Brundle consegue restaurar-se ) advêm do 'Sistema de Codificação de Formas de Vida' de Return of The Fly.
 Paralelamente, Davis abandonou o projeto de 'A Mosca II' ao saber que sua personagem morreria logo no início da película. Assim, o único ator de 'A Mosca' a reprisar seu papel em 'A Mosca II' foi John Getz.
 Para o papel de Martin Brundle, filho de Seth, foi elencado o ator, produtor e diretor Eric Stoltz...





 ... enquanto para seu par romântico, Beth Logan, foi elencada a atriz Daphne Zuniga...





 ... e, completando o elenco principal, o veterano Lee Richardson ( 1926-1999 ):




 ... no papel do CEO das Indústrias Bartok, Anton ( Nota 31: nos comentários presentes no DVD de The Fly II, Walas afirmou crer que Frank Darabont criara Bartok afim de que ele representasse 'os piores elementos da América Corporativa' ).

 Cabe complementar que em um dos tratamentos de The Fly II há uma explicação para o porquê da personagem de Getz, Stathis Borans, suster um padrão tão luxuoso de vida: ele acordara com Bartok uma versão na qual o filho de Seth morrera no parto juntamente com sua mão, Verônica. Em outro ponto, o roteiro explica a razão pela qual os teletransportadores não estavam funcionando: Borans roubara os 'disquetes' ( hoje entenderíamos como drives ) que continham a programação original de Seth, antes que Bartok tomasse posse dos equipamentos.

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