A S F I L M A G E N S
* Chris Walas ( à esquerda ), Jeff Goldblum ( centro ) e o diretor David Cronenberg ( em 1986 ).*
As filmagens de 'A Mosca' ocorreram em Toronto ( Canadá ) entre 1985 e 1986...
Chris Walas, quem criou as criaturas para Gremlins ( 1984 )...
... foi chamado para cuidar do amplo leque de efeitos-especiais do filme.
Seguindo seu traço pessoal mais marcante, Cronenberg decidiu todos os detalhes sobre as filmagens, fotografia e etc, antes de decidir-se pelo elenco. Para o papel de Seth Brundle, ele elegeu Jeff Goldblum...
... que, até ali, já atuara ou participara de cerca de 14 filmes, incluindo 'Invasores de Corpos', de 1978, e 'Os Eleitos', de 1983 ( Nota 17: saiba-se que Goldblum estreou numa 'ponta' em 'Desejo de Matar', de 1974, e atualmente integra o elenco de Thor: Ragnarok, que tem estréia prevista para outubro de 2017 ) que trouxe sua então namorada Geena Davis...
... com quem contracenara antes em 'Transilvânia - Hotel do Outro Lado do Mundo', de 1985 ( Nota 18: Davis estreou em Tootsie, de 1982, e pôde ser vista na telessérie 'O Exorcista', da Fox, no papel que outrora coube a Linda Blair ).
O papel de Stathis Borans coube a John Getz...
... visto por último em 'Certas Mulheres', desse ano, e 'Trumbo: Lista Negra', de 2015. Getz foi o único do elenco original a voltar para a sequência de The Fly, em 1989.
Uma vez que estivessem em pleno romance, a 'química' entre Goldblum, Davis e Getz era bastante 'delicada' ( especialmente entre ela e Getz ) o que, se por um lado atrapalhava o inter-relacionamento entre os atores, pelo outro dava mais credibilidade à trama e suas personagens. Uma das decorrências mais diretas desse caso foram os vários 'finais alternativos' que Cronenberg rodou para o filme ( e que acabaram fora de seu corte-final ): originalmente, Cronenberg concebera uma cena final na qual Verônica Quaife ( Davis ) estaria grávida ( como vimos, uma reminiscência do roteiro de Pogue ) na cama com Stathis Borans ( Getz ) nonde acordaria de um pesadelo ( sugerindo que eles estariam casados ). No diálogo subsequente, Borans a acalmaria dizendo-lhe que 'o filho que ela estava esperando era seu' ( Nota 19: supostamente ela abortara o bebê de Seth Brundle ). Cronenberg, no entanto, filmou um 2º Final nonde a cena se repete com uma diferença: Verônica não estaria grávida. Borans a acalmaria dizendo-lhe que 'não havia bebê'. Enquanto o diretor decidia-se sobre a aplicação ou não de um dos finais, Goldblum procurou-lhe para pedir que 'Verônica Quaife não terminasse com Stathis Borans'. Cronenberg considerou o pedido, filmando então dois outros finais alternativos, ambos com Verônica na cama sozinha despertando de um pesadelo, em um estando grávida e em outro não.
Uma vez que estivessem em pleno romance, a 'química' entre Goldblum, Davis e Getz era bastante 'delicada' ( especialmente entre ela e Getz ) o que, se por um lado atrapalhava o inter-relacionamento entre os atores, pelo outro dava mais credibilidade à trama e suas personagens. Uma das decorrências mais diretas desse caso foram os vários 'finais alternativos' que Cronenberg rodou para o filme ( e que acabaram fora de seu corte-final ): originalmente, Cronenberg concebera uma cena final na qual Verônica Quaife ( Davis ) estaria grávida ( como vimos, uma reminiscência do roteiro de Pogue ) na cama com Stathis Borans ( Getz ) nonde acordaria de um pesadelo ( sugerindo que eles estariam casados ). No diálogo subsequente, Borans a acalmaria dizendo-lhe que 'o filho que ela estava esperando era seu' ( Nota 19: supostamente ela abortara o bebê de Seth Brundle ). Cronenberg, no entanto, filmou um 2º Final nonde a cena se repete com uma diferença: Verônica não estaria grávida. Borans a acalmaria dizendo-lhe que 'não havia bebê'. Enquanto o diretor decidia-se sobre a aplicação ou não de um dos finais, Goldblum procurou-lhe para pedir que 'Verônica Quaife não terminasse com Stathis Borans'. Cronenberg considerou o pedido, filmando então dois outros finais alternativos, ambos com Verônica na cama sozinha despertando de um pesadelo, em um estando grávida e em outro não.
O 'B E B Ê - B O R B O L E T A'
No devir de qualquer um dos quatro finais, Cronenberg produziu uma sequência que encerraria o filme e que acabou por ser batizada de 'A Sequência do Bebê-Borboleta', na qual Verônica Quaife volta a dormir...
... sonhando então com um casulo e com um bebê - com asas de uma borboleta - que dele emerge e voa para uma luz longínqua:
A sequência deveria funcionar como um contraponto à do nascimento do 'Bebê-Larva'...
... originalmente prevista para o final do filme ( no roteiro de Pogue ) e que foi realocada para o meio da película na revisão de Cronenberg.
Saiba-se: o obstetra que faz o aborto em Verônica durante a sequência do 'Bebê-Larva'...
... é o próprio David Cronenberg:
O 'M A C A C O - G A T O'
* 'The Cat-Baboon Sequence' ( a 'Sequência do Macaco-Gato', em português ) - The Fly 1986; 20th Century Fox.*
CONTÊM CENAS FORTES!
Cronenberg também aproveitou a 'Sequência do Macaco-Gato' do original de Pogue, revendo-a, no entanto, sob uma perspectiva diferente...
Relembrando: o 'Macaco-Gato' foi decorrência de uma 'demonstração' do funcionamento dos teletransportadores para a personagem Phillip DeWitt ( e, até mesmo, uma demonstração da própria imprevisibilidade dos mesmos ). Em Cronenberg tratava-se de uma experiência intencional de Seth Brundle - um 'primeiro esboço' do abominável 'Projeto Brundle-Mosca', que visava 'refinar' o terrível monstro em que ele tornara-se sacrificando 'seres-humanos puros' ( no caso: Verônica e seu bebê ) no processo.
Em última instância, a insidiosa e ultrajante experiência só serviria para mostrar o quão instável ( e perigoso ) Seth tornara-se na busca por reverter sua metamorfose.
Contudo, a 'Sequência do Macaco-Gato' foi eximida do corte-final de The Fly devido à forte aversão do público durante uma sessão experimental ocorrida no Toronto Uptown Theatre ( Canadá ) no início de 1986. O consenso fôra que Brundle tornara-se cruel com os animais, o que poderia destruir a 'simpatia' que o público tivera por ele até ali.
A cena cortada perdeu-se, ficando desaparecida por 20 anos!
Em 2005, a cena foi incorporada aos extras do DVD, tendo sido restaurada a partir dos negativos do filme e com o áudio restaurado a partir do original completo.
O roteiro de Pogue também previa um passo além para cena: após Brundle - em crescente demência - arrancar a 'perna de mosca' que eclode da hérnia em um dos lados de seu corpo...
Contudo, a 'Sequência do Macaco-Gato' foi eximida do corte-final de The Fly devido à forte aversão do público durante uma sessão experimental ocorrida no Toronto Uptown Theatre ( Canadá ) no início de 1986. O consenso fôra que Brundle tornara-se cruel com os animais, o que poderia destruir a 'simpatia' que o público tivera por ele até ali.
A cena cortada perdeu-se, ficando desaparecida por 20 anos!
Em 2005, a cena foi incorporada aos extras do DVD, tendo sido restaurada a partir dos negativos do filme e com o áudio restaurado a partir do original completo.
O roteiro de Pogue também previa um passo além para cena: após Brundle - em crescente demência - arrancar a 'perna de mosca' que eclode da hérnia em um dos lados de seu corpo...
... ele encontrar-se-ia com uma sem-teto à qual acabaria matando 'acidentalmente' ( Nota 20: ele cortaria a garganta dela ). Cronenberge reviu também essa cena, só que, em sua versão, Brundle a mataria dissolvendo-lhe com o 'vômito especial'. Porém ele não chegou a filmar essa cena.
Além do 'Macaco-Gato', o diretor também suprimiu a 'Sequência da 2ª Entrevista de Seth Brundle', na qual Verônica Quaife o entrevista sobre seu estado de saúde logo após seu teletransporte e de vê-lo executando exercícios físicos impensáveis para um homem comum ( Nota 21: uma versão ligeiramente diferente dessa sequência é assistida por seu filho, Martin, em 'A Mosca II'; contudo, os diálogos originais de Geena Davis foram suprimidos sob a voz da dubladora canadense Saffron Henderson ).
Houveram ainda discussões sobre a forma como a 'Brundlething' ( Nota 22: TCC 'Brundlebooth'; foi o nome dado pela equipe de criação e efeitos-especiais ao aspecto final da Brundlefly depois de fundida à partes do teletransportador no final do filme ) morreria: na primeira versão, a Brundlefly jogaria Verônica no teletransportador deixando-a inconsciente. No desenrolar da sequência, a 'Brundlething' rastejaria até Stathis Borans que a 'liquefaria', valendo-se de um cabo de alta-tensão solto do próprio teletransportador. Uma outra versão é praticamente idêntica, com a 'Brundlething' arrastando-se até Borans e morrendo a seus pés ( Nota 23: a intenção da criatura, nessa versão, é um pouco dúbia, não ficando claro se ela pretendia atacá-lo ou pedir-lhe clemência ).
A edição para DVD de 2005 contou com uma versão adicional de script ( cuja maioria dos elementos foram mantidos no corte-final ): Verônica não estaria desacordada depois de jogada na máquina pela Brundlefly e, quando a criatura emergisse do teletransportador ( já tornada 'Brundlething' ), Verônica pegaria a espingarda de Stathis para defender-se, mas a criatura morreria a seus pés ( Nota 24: como se vê, essa versão foi ligeiramente modificada para a versão final do filme, na qual Verônica dá o tiro de misericórdia no monstro ).
'A Mosca' teve duas 'sessões-demo' ( uma para os executivos da Fox e outra, já mencionada, para um público-teste canadense ) antes de definir-se seu corte-final ( de totais 95 minutos de filme ) da maneira fluídica e eficiente como ficou.
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